Projeto “Omnibus - Centro Cultural sobre rodas”

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[Projeto “Omnibus - Centro Cultural sobre rodas” ]

Zózima Trupe realiza ação com alunos da rede pública de ensino.

Postado em: 05 março, 2021

Através dos recursos da Lei Aldir Blanc - Inciso II - Módulo Territórios e Espaços Culturais, foi realizada uma pesquisa com os alunos da Escola Estadual Professora Beatriz do Rozario Bassi Astorino, localizada na Vila Ema - Zona Leste de São Paulo. O principal objetivo era entender a perspectiva do jovem em relação ao teatro realizado dentro do transporte público, pesquisa realizada pela Zózima Trupe. 


Ao todo foram recebidas 87 respostas, de alunos com idades entre 12 e 15 anos que frequentam a instituição, em sua maioria foram estudantes de 14 anos que nos responderam, com 33% dos resultados (Gráfico 1: Idade dos alunos). 

Projeto “Omnibus - Centro Cultural sobre rodas”

Gráfico 1: Idade dos alunos


Na pesquisa foi disponibilizado o documentário “Teatro na Quebrada”, projeto realizado com o apoio do Sesc Pinheiros, produção da Zózima Trupe. O projeto “Teatro na Quebrada” surge de algumas perguntas disparadoras, como: Será possível falar em um teatro da quebrada? De que forma a relação com o entorno influencia a linguagem e, a partir disso, é possível pensar em características comuns às produções de grupos localizados na periferia da cidade? 


Com o auxílio das (os) professoras (es) da escola os alunos foram orientados a assistir ao documentário e responder o questionário que ficou disponibilizado na plataforma de aulas remotas, e qualquer dúvida que eles tivessem poderiam entrar em contato com a Zózima Trupe para uma conversa.

Quando questionados se tinham ido ao teatro 41,1% dos alunos disseram que não e 58,6% disseram que sim, como apresentado no gráfico abaixo (Gráfico 2: Já assistiu teatro alguma vez?), é muito interessante o resultado de termos mais jovens que tenham ido ao teatro, mas preocupante saber que quase metade deles ainda não tiveram o primeiro contato com a linguagem. Podemos ainda destacar na pesquisa que os alunos moram próximos a escola, como os bairros da Vila Ema, Jardim Sapopemba, Vila Bancária e a Vila Primavera, por questões de mobilidade. Seria então uma atenuante o afastamento do jovem com o teatro suas localizações? Assim como apontado por Zélia Monteiro, bailarina e professora do curso de Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP para a matéria do Brasil de Fato, “São vários motivos para que esse afastamento ocorra, um deles é a dificuldade de mobilidade. Os teatros em sua maioria estão no centro da cidade de São Paulo, a passagem para uma família vir para um espetáculo de teatro infantil, por exemplo, com quatro pessoas é caríssimo ida e volta de ônibus e metrô, além disso tem o valor do ingresso. Então mesmo com algumas iniciativas de preços populares ou até espetáculos gratuitos, existe uma dificuldade de locomoção.” 

Projeto “Omnibus - Centro Cultural sobre rodas”

Gráfico 2: Já assistiu teatro alguma vez?

Outra pergunta realizada na pesquisa era “Você achou interessante a proposta de teatro no ônibus? Por quê?” e tivemos respostas como:

“Sim, eu gostei da ideia, pois o teatro, tem que ser espalhado para todo o povo, eu gosto de teatro, e tenho certeza que as pessoas vão gostar e se interessar (Eu já vi vídeos na internet).” Resposta de Rafael Yuji, aluno do 8º ano e morador da Vila Bancária. 


“Na minha opinião , eu acho uma proposta muito interessante , pois muitas pessoas não tem dinheiro para ir ao teatro , ou também não tem tempo , e esse ônibus poderia facilitar muito , além de ser algo muito divertido . Mas também seria algo muito especial para as pessoas que participam desse teatro , como se fosse um sonho sendo realizado , ao se expressar através de músicas , danças , poesias e até mesmo vendo os sorrisos nos rostos das pessoas.” 

Resposta do Davi Pita, aluno do 9º ano e morador da Vila Primavera


“Sim. Eu achei totalmente interessante e diferente essa ideia, porque muitas pessoas não tem interesse em algo tão incrível como a arte por falta de conhecimento ou tempo, e a forma como a arte é exposta em alguns lugares, acaba sendo somente para pessoas específicas, limitando a oportunidade para outros que às vezes tem muito mais interesse. A forma como vocês se expressam em um lugar onde todos têm acesso, e em qualquer momento do dia, acaba sendo muito inspirador.”

Resposta da Maria Eduarda, aluna do 9º ano e moradora do Jardim Grimaldi


A pesquisa apenas revela a importância de ações culturais que aproximem e dialoguem com os moradores das periferias da cidade, essa é a proposta do Omnibus - Centro Cultural sobre rodas para todes, ele surge da inquietação de fazer a ponte do artista que já atua nas diversas localidades com as pessoas que queiram passar por novas experiências artísticas.