Revolvendo a terra, como no processo de plantio, mas principalmente lançando novas sementes ao vento pela cidade, com o intuito de cultivar novos jardins. De ampliar as discussões e de fortalecer as ações artísticas da cidade em espaços públicos, sempre por meio do encontro e da relação entre artistas e um público que muitas vezes é desavisado. Buscamos a valorização das narrativas, da memória e das subjetividades para assim chegarmos à compreensão das identidades, da diversidade e da transformação dos espaços e sujeitos.

Seguimos em nossa lata rodante semeando histórias, descobrindo novos lugares e compreendendo que muitos caminhos são ditados pelos ventos; sabendo que muitas sementes necessitam de mais água do que outras e que o fruto suculento colhido é obra de muitas mãos, carregando nos sulcos as memórias do tempo vivido e do tempo sonhado.

Zózima Visita é o ciclo da colheita: uma mostra de repertório que envolve seis trabalhos do grupo. Colher será sempre descobrir o poder do tempo. Desejamos semear por diversas partes desta cidade cinza - e de tantas outras - de modo que essas visitas possam construir possibilidades mais amplas de diálogo e reflexão. Cultivar jardins que floresçam no asfalto. Viver a cidade, ser a cidade. Fincar - plantar! - os pés no tempo, voltar ao útero. Ser ar; Semear. 

A Trupe segue em busca de patrocínios e parcerias para a realização do Zózima Visita, como forma de não apenas reapresentar as obras no repertório, mas, por meio desta itinerância, criar espaços de troca e convívio entre artistas e público, convidados a nos conhecer bem ao ter a oportunidade de acompanhar na cena nosso semear. Os espetáculos que fazem parte do projeto são:

• Cordel do amor sem fim (2007);
• Dentro é lugar longe (2013);
• Os minutos que se vão com o tempo (2016);
• Iracema via Iracema (2017);
• Desterro (2018);
• A Cobradora (2019).

O Zózima Visita já aconteceu nos Sescs São Caetano, Carmo e Dom Pedro II, todos em 2018. No ano anterior, foi realizado através do Prêmio Zé Renato. Queremos seguir levando a nossa trajetória para outros lugares, de modo que um público mais amplo possa perceber o desenvolvimento de nossa pesquisa, a sedimentação e a evolução nos trabalhos da Trupe.