Movimentos de Pesquisa
A pesquisa da Zózima Trupe se organiza em cinco movimentos de pesquisa. Escolhemos a palavra movimento não por acaso: há um sentido próprio e uma razão especial nisso.
Segundo Rudolf Laban, um dos mais importantes pesquisadores das artes do corpo no século XX, todo movimento nasce de uma necessidade. Por meio de suas reflexões, entendemos o pensamento (a mente, a cultura) e o movimento do corpo (a natureza) como um conjunto, como corponectivos. Laban afirma que "quando se aprende a raciocinar em termos de movimento" já estamos postulando que pensamento é movimento.
Nesse sentido, acreditamos que a pesquisa cênica é sobretudo uma ação do corpo, que age e simultaneamente pensa. Os aspectos físicos, químicos, biológicos, emocionais, intelectuais, culturais, racionais são todos parte de um só corpo. A Zózima Trupe assume o movimento como pesquisa a fim de comprometer-se com a estirada, a longa caminhada que é a própria vida.
Queremos entender a arte-vida em seu movimento próprio; no nosso cotidiano diário, no cotidiano das pessoas ao nosso redor. Pesquisar é agir-pensar com as pessoas. Olhá-las e entendê-las em ação, com o próprio corpo; o corpo do artista em cena, na vida. Nossa pesquisa é a longa caminhada da existência, é a busca constante pelo verdadeiro encontro com o outro.
Dividimos os estudos cênicos da Zózima Trupe em cinco movimentos de pesquisa, nossos nortes. Na relação com o espaço, o ônibus como lugar de afeto. Com o público, o diálogo entre identidades e memórias. Nós, atores, narradores sobre rodas. A dramaturgia como tessitura poética de histórias. E a imprescindível produção, percurso árduo de resistência e insistência.